As dimensões dos massacres e da violência extrema em São Paulo: um parecer sobre o fenômeno das chacinas e suas particularidades

2014.10.13 - Canoas/RS/Brasil - Vistoria do governador no Presídio Central. | Foto: Bernardo Jardim Ribeiro/Sul21.com.br
Por Eduardo Dyna: O fenômeno da violência extrema é algo recorrente no território brasileiro e histórico, pois desde o período de colonização, a violência é utilizada como instrumento de dominação política. Assim, a violência, ou mais precisamente, a violência extrema foi utilizada em diferentes momentos históricos e geográficos distintos, por sujeitos e classes dominantes peculiares, que usufruem desse mecanismo de poder para atingir seus objetivos, seja ele de natureza política, econômica, manutenção ou de resistência de poder.

O crime produz segurança? Uma análise do dispositivo de proteção, segurança e administração de conflitos do Primeiro Comando da Capital nas periferias paulistas

Por Eduardo Dyna: Na sociedade brasileira, há muitos problemas envolvendo a segurança pública e a questão urbana, devido a um conjunto de questões sobre desigualdade social, racismo, repressão, violência, concentração de terra e renda, criminalidade, entre outros. É diante desse contexto que novos desdobramentos e resistências singulares foram criadas em territórios específicos, como a organização de presos, Primeiro Comando da Capital (PCC), surgida há 30 anos e que produz relações e impactos díspares na sociedade, atuando nos ilegalismos e agindo em territórios para preencher vácuos deixados pelo Estado, principalmente nas prisões e periferias.

ANPOCS GT57. Violência de Estado, Governança Criminal e Conflitos Urbanos: diálogos interdisciplinares e interfaces entre militarização e segurança

A persistência de altos níveis de letalidade em ações da polícia constitui um dos grandes desafios da democracia no Brasil contemporâneo. Desde o processo de redemocratização, nos anos 1980 a 1990, a letalidade e a violência policiais têm se colocado no cerne do debate em torno da segurança pública. Várias iniciativas de controle surgiram nas três últimas décadas e os estudos acadêmicos mostraram seus limites e problemas. De toda forma, políticas efetivas de controle da violência policial, por mais tímidas que tenham sido, estão sofrendo revezes nos estados e na União. A violência estatal e a praticada por atores não-estatais seguem três tendências: estão disseminadas em todas as grandes periferias urbanas de todos os estados; estão cada vez mais articuladas tanto pela militarização das polícias quanto pela milicianização da segurança pública; a violência não é apenas local, mas se ampliou em redes transnacionais. O GT pretende promover um espaço de diálogo interdisciplinar entre pesquisadores que, a partir da complexidade característica do campo de estudos, tomam a questão da violência, da letalidade estatal e da ação violenta de atores não-estatais como seu foco de pesquisa.

Maternidades: algumas reflexões feministas

No Brasil, o segundo domingo do mês de maio foi escolhido - seguindo uma tradição norte-americana - como data comemorativa para o dia das mães. Historicamente celebrado no Brasil desde o início do século XX, a data foi oficializada em 1932 durante o governo provisório de Vargas. Cabe à nós, tendo se passado 91 anos desde sua oficialização, refletir sobre como esse dia é celebrado em sua teoria e em sua prática. 

Livro: Microquímica do poder: Uma análise genealógica dos psicofármacos contemporâneos

Microquímica do poder
Esta obra apresenta uma pesquisa qualitativa em fontes bibliográficas e fílmica para traçar as singularidades políticas e subjetivas dos psicofármacos. O autor apresenta um jogo de contrastes, uma comparação entre as relações de poder-saber-sujeição que atravessam a psiquiatria em dois intervalos históricos distintos: a constituição e a consolidação da psiquiatria na França do século XIX e a medicalização das práticas e saberes psiquiátricos e, em especial, o uso asilar de substâncias químicas com algum efeito psicoativo (denominadas de de “protopsicofármacos”) na atualidade, sobretudo o Prozac, o antidepressivo mais receitado no planeta.