O OSP continua na produção de análises sobre a situação das operações policiais Verão/Escudo na baixada santista.
O objetivo deste texto é dar continuidade ao processo da operação Verão/Escudo, iniciada no final de janeiro e começo de fevereiro, traçando no período de 10 de fevereiro até 15 de março (data da publicação deste artigo), momento em que se consolida a operação policial nas cidades do litoral sul. O foco é investigar os massacres cometidos, o perfil das vítimas, o discurso que legitima a prática violenta, os interesses por trás das políticas de segurança pública do governo do Estado de São Paulo e das forças policiais.
Relembrando a escrita sobre a chacina do Guarujá em 2023 e a operação escudo, o Observatório de Segurança Pública e Relações Comunitárias (OSP), traz uma nova reflexão sobre este caso - parafraseando o título do texto de 2023, com novas tragédias e antigos problemas - com o objetivo de analisar esta situação atual, sob processo contínuo da política de segurança pública do governo Tarcísio de Freitas, e as consequências dessa onda de violência na baixada santista em 2024. Em resumo, enquanto informações oficiais do governo e da imprensa, houve desde o dia 26 de janeiro até o dia 08 de fevereiro - pouco mais de 10 dias - a morte de 3 policiais (2 PM e 1 da ROTA) e de 8 suspeitos. Não houve, atrelado com as informações atuais, uma caracterização de uma chacina no sentido clássico feita pelas forças policiais, isto é, múltiplos assassinatos em uma mesma territorialidade e mesma temporalidade, todavia, é nítido que há fortes acirramentos entre as forças policiais (principalmente após a morte do agente da ROTA) e a criminalidade na baixada santista, o que aumenta a violência para a população, torna mais abusivo o poder da polícia e traz muitas vitimas, incluindo policiais.
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Por Ponte Jornalismo: Ex-capitão PM de SP, demitido em 2009, e professor de Direito, Norberto Florindo Júnior explica: ‘vai socorrer?! Com esta mão você tampa o nariz e com esta, a boca’.
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Por Ponte Jornalismo: Ação do BOPE com ‘caveirões’ destruiu casas e fiação na Cidade de Deus; PMERJ admite responsabilidade e diz que irá ressarcir moradores atingidos.
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Por G1: Rapaz sofre de esquizofrenia e, segundo o irmão, apanhou porque não respondeu a policiais. MPRJ e Polícia Civil investigam o caso, mas família deixou a favela, por medo.
Ao todo, 300 agentes — ou quase um quarto de todos os excluídos desde 2012 — foram expulsos da PM por serem acusados de receber, exigir ou pagar propinas, de serviço ou não. Todos eles foram condenados ou respondem pelos crimes de corrupção ativa, passiva ou concussão. O segundo crime que mais motivou demissões da PM no período analisado é o homicídio: 130 agentes expulsos foram acusados de assassinar alguém.