Juventude e games, uma genealogia das táticas e tecnologias do capitalismo de vigilância nas redes e a constituição da identidade juvenil.

Resumo

Este trabalho volta seus olhares aos jovens brasileiros que consomem games e, principalmente, estabelecem vínculos de sociabilidade relevantes nesse espaço. Partimos do pressuposto de que os jovens são, antes de tudo, sujeitos sociais (Dayrell, 2003) e, desta forma, os mesmos se constituem enquanto tal a partir de suas determinações situacionais (Mannheim, 1972). Entendemos, portanto, que há uma pluralidade de experiências juvenis, onde, de acordo com suas determinações situacionais, os jovens experimentam em maior ou em menor grau a moratória. Ademais, consideramos que os espaços frequentados pelos jovens os constituem em seus processos de subjetivação e compartilhamento de gostos, estilos, valores e crenças. A partir do horizonte teórico estabelecido este trabalho pretende evidenciar quais jovens usufruem do referido espaço de socialização para a criação de laços e inclusão em comunidades. Além disso, objetivamos analisar quais jovens são excluídos deste espaço e quais determinações situacionais privam a socialização neste espaço, além de buscar compreender como acontece a exclusão. Consideramos que as relações juvenis no meio dos games não se instaura como realidade isolada, de forma que relações de poder perpassam os sujeitos e se estabelecem a partir de um discurso que empodera certos grupos sociais. Este trabalho se inscreve em nível empírico de forma a objetivar a coleta de dados, que, por sua vez, serão analisados a partir da genealogia do poder de Michel Foucault, onde buscaremos reconstituir, a partir do presente, a constituição dos discursos que permeiam a vida social dos jovens de forma a também constituí-los enquanto sujeitos.