Eduardo Armando Medina Dyna1
O dia 13 de agosto de 2025 é um marco para a história recente de São Paulo. Há 10 anos, ocorria um dos maiores massacres do Brasil, a chacina de Osasco e Barueri, que resultou na morte de 17 pessoas e outras 7 foram atingidas (Batistella, 2025), além do medo e instabilidade que ocorreu nos dias seguintes para toda população periférica entre Osasco e Barueri. Os algozes foram profissionais da segurança pública e privada, na qual, ex-policiais militares e guarda civil municipal que adentraram em um veículo, à paisana, indo em pontos específicos nos bairros dessas cidades para assassinar, aleatoriamente, qualquer “suspeito” de serem do mundo do crime, como represália a morte de um policial nos dias anteriores.
O Observatório de Segurança Pública e Relações Comunitárias da UNESP (OSP), traz neste breve artigo, uma contextualização da chacina de 2015, suas causas e consequências, além das memórias deste pesquisador que vos fala sobre aquela quinta feira sangrenta. Os procedimentos metodológicos para escrever essa reflexão foram de uso qualitativo, através da revisão bibliográfica sobre os principais temas e a utilização da memória como história para ser contada. Além disso, foi utilizado como base a pesquisa de Iniciação Científica pela FAPESP (2019/26156-3) em ciências sociais, intitulada como: “Disputas pelo poder entre PCC e instituições estatais do Estado de São Paulo: Um estudo sobre a chacina em Osasco de 2015”, que investigou as consequências e percepções da população através dos conflitos entre crime e polícia.
O artigo será estruturado em duas partes, além desta brevíssima introdução. Em primeiro, será resgatada a memória como forma de contar a história, a partir de um jovem adolescente nesse contexto da chacina de 2015 em Osasco. Em segundo, será explicada a denominação do termo chacina, as causas, acontecimentos e consequências daquele massacre, além do contexto mais amplo de violências e polarização política daquele ano.
Uma memória daquele dia: uma percepção inimaginada
Lembro daquela quinta-feira à noite, 13 de agosto de 2015, em Osasco. O clima estava ameno, com o frio típico do mês de agosto. Eu estava voltando para casa, depois de um longo dia de trabalho e escola. Quando cheguei ao ponto de ônibus no centro de Osasco, algo me chamou atenção: a rua, que normalmente estava cheia de gente e de movimento, estava completamente deserta. Aquilo me pareceu muito estranho.
Naquela época, eu tinha apenas 16 anos. Minha rotina era cansativa: saía de casa antes das 7 da manhã para trabalhar em Pinheiros, região oeste da capital paulista. Depois do trabalho, ia direto para a escola pública onde estudava, terminando o ensino médio e lidando com as incertezas do que viria a seguir. Naquele dia, chegando à escola, soube que não teríamos aula. O grêmio estudantil, do qual eu fazia parte, estava participando de um evento na câmara dos vereadores com outros grêmios.
Saindo do evento, por volta das 22 horas, fui ao ponto de ônibus para finalmente descansar. O cobrador alertava os passageiros: “Toma cuidado, acabaram de matar um monte lá na zona norte”. Achei aquilo muito estranho, mas segui sentado no ônibus. Pouco depois, um casal à minha frente conversava preocupados: “Já mandaram toque de recolher, ninguém deveria estar na rua agora” e “Parece que foi perto da rua João Ventura”. O que já era estranho, ficou ainda mais inquietante. Quando estava quase em casa, cheguei à praça que normalmente estava agitada.
Naquele dia, os comércios estavam fechados, não havia jovens nem adolescentes, e quase nenhum carro ou ônibus circulava. O silêncio naquela região confirmou para mim que os rumores no ônibus eram reais. Desci do ônibus, atravessei correndo o escadão que dá para a minha rua e só queria chegar logo em casa. Conectei meu celular à internet e vi várias mensagens e postagens falando da “chacina de Osasco”. A repercussão era enorme, mas ninguém sabia exatamente o que tinha acontecido.
Na manhã seguinte à chacina, acordei cedo, de costume, e já era possível ver nas mídias, redes sociais e nas conversas com familiares a dimensão da tragédia: a maior chacina da história de São Paulo. Os rumores que circulavam falavam de policiais à paisana que teriam se deslocado por alguns bairros para matar moradores, como uma vingança. Muitos dos meus amigos e vizinhos ficaram sabendo do caso por esses mesmos meios (televisão, internet e aplicativos de mensagem).
Não consegui trabalhar naquela sexta pois os ônibus na minha região não circulavam, apenas no período da tarde por conta do apaziguamento das tensões. Lembro que recebi, junto de outros familiares, muitos áudios nos aplicativos de conversa falando que haviam colocado um toque de recolher, proibindo a circulação de pessoas naqueles bairros. A autoria ainda é imprecisa, mesmo que todos apontam para ser uma ordem da organização criminal de São Paulo (Primeiro Comando da Capital), que afirmava ser uma “covardia” o que aconteceu no dia anterior. Mesmo com todas as informações e preocupações, não consegui entender quais eram as razões e consequências que o massacre teve em Osasco e Barueri.
Na semana seguinte, um ato foi organizado em um dos bairros onde a chacina ocorreu. Liderado por movimentos sociais, organizações, partidos e entidades estudantis, o protesto teve como tema “contra o genocídio da população negra e periférica”, uma clara referência àquela noite sangrenta de 13 de agosto de 2015. A mobilização nas redes sociais foi intensa, e o protesto reuniu um bom número de moradores, ativistas e militantes, todos unidos na luta contra as arbitrariedades da força policial nas periferias de Osasco. Essa mobilização mostrou a força da comunidade na busca por justiça e o fim da violência institucional.
Imagem: “Osasco pede Paz”. Ato “contra o genocídio da população negra e periférica”
Fonte: Elaborado pelo autor
Aquela semana foi muito agitada em São Paulo, lembro que havia muitos protestos contra e a favor da ex presidenta Dilma Rousseff2, causando ainda mais polarização e crise política que desencadeou no golpe de 2016. Para somar com as crises políticas tanto no âmbito federal como na esfera estadual, ocorreu a chacina em Osasco, levando ainda mais caos e instabilidade na vida política brasileira. Desta forma, o episódio da chacina em Osasco foi sempre mencionado como uma bandeira política nessas manifestações. Em várias oportunidades na qual presenciei, avistei cartazes e bandeiras do tema “contra o genocídio da população negra e periférica”, transformando a chacina como uma pauta política.
Aquela semana de agosto de 2015 foi, de fato, muito tumultuada em São Paulo e no Brasil como um todo. Além dos protestos intensos tanto contra quanto a favor da então presidenta Dilma Rousseff, que aumentavam a polarização política e alimentavam a crise que culminaria no golpe de 2016, a chacina em Osasco trouxe ainda mais tensão e instabilidade ao cenário político e social.
O episódio da chacina, ocorrida em um contexto já marcado por graves conflitos políticos federais e estaduais, rapidamente se transformou em um símbolo e bandeira política nas manifestações populares. Em várias ocasiões que presenciei, percebi que cartazes e bandeiras com a mensagem “contra o genocídio da população negra e periférica” estavam presentes, mostrando como a tragédia passou a representar uma pauta importante de denúncia das injustiças sociais e das violências institucionais nas periferias. Ao mesmo tempo, pela curiosidade de entender todas as dimensões naquela época, lembro que havia muitos comentários em redes sociais que assimilaram as vítimas das chacinas como bandidos, ou ainda, que justificavam suas mortes como algo “positivo” para os “cidadãos de bem”.
Essa apropriação política da chacina refletia não apenas a dor da comunidade local, mas também a luta por visibilidade e justiça para os grupos historicamente marginalizados no país, especialmente diante de um cenário de crise que afetava múltiplos níveis do poder público. Assim, a chacina de Osasco não foi apenas um evento trágico isolado, mas um ponto de convergência entre questões sociais, raciais e políticas de grande relevância para o Brasil naquele momento, algo que só consegui perceber anos depois nos estudos em ciências sociais, sendo um dos motivos para cursar e pesquisar sobre esses assuntos.
Chacina de Osasco e Barueri – agosto de 2015
A palavra “chacina” possui origem no universo rural brasileiro, derivada especialmente do contexto interno das sociabilidades rurais, onde moradores da roça realizavam o abate coletivo de porcos para consumo próprio ou para venda. No entanto, o termo “chacina” foi apropriado e incorporado pela opinião pública e pela mídia para nomear, de maneira metafórica, um fenômeno que ganhou crescente amplitude com o processo de urbanização acelerada das grandes metrópoles brasileiras (Silva; Santos; Ramos, 2019; Vedovello, 2024).
Esse fenômeno se manifesta como uma violência extrema, que consiste no assassinato de múltiplas pessoas em contextos diversos, mas sempre marcados pela brutalidade e pelo impacto coletivo. Esse duplo sentido da palavra “chacina” contribui para compreendermos a complexidade das violências no Brasil, as quais podem se desenrolar tanto no espaço urbano quanto no rural, cada uma com suas características e dinâmicas próprias. No universo urbano, a “chacina” refere-se frequentemente à morte simultânea de várias pessoas nas periferias, favelas e bairros marginalizados, decorrente da repressão policial violenta, atuações arbitrárias de forças de segurança, ou dos confrontos entre grupos criminosos rivais (Vedovello, 2024). Essas chacinas urbanas revelam um padrão de violência institucional e social, que reflete desigualdades profundas, violências estruturais e explícitas e a ambiguidade estatal, em que a “mão” da assistência social está ausente para as populações mais vulneráveis e a “mão” da repressão está mais vigente para essas comunidades (Bourdieu, 2014).
Por outro lado, no contexto rural, a chacina esteve relacionada ao assassinato coletivo de indivíduos que resistem, (trabalhadores rurais, quilombolas e grupos indígenas), nas disputas por terra e direitos agrários contra latifundiários, fazendeiros e seus capangas. Assim, as chacinas expressam um conflito histórico ligado à concentração fundiária, à luta pela terra e ao enraizamento da violência como instrumento de dominação social e econômica. Portanto, a palavra “chacina” carrega uma carga simbólica e histórica que atravessa o Brasil e traduz, em ambas as realidades – rural e urbana -, a crueldade e a sistematicidade da violência massiva contra populações vulneráveis (Silva; Santos; Ramos, 2019).
Essa apropriação do termo revela como a violência extrema, seja policial, criminal ou agrária, está entranhada no tecido social brasileiro, manifestando-se em diferentes geografias e contextos, mas com um mesmo efeito devastador: a ameaça à vida e à dignidade humana de grupos historicamente marginalizados. Compreender a chacina sob essa perspectiva ampliada é crucial para que possamos analisar suas causas estruturais e a relação desta violência com questões como o racismo, a desigualdade social, a concentração fundiária, as políticas públicas de segurança e o fortalecimento dos direitos humanos.
Assim, as chacinas são uma das expressões da violência extrema, mesmo que o fenômeno seja semelhante e a nomenclatura difere, ela foi marcada no contexto nacional e difundido na percepção dos brasileiros. A expressão massacres, também está associada a violência extrema e têm a mesma essência semântica da palavra chacina, a única diferença é sua origem, pois chacina é uma palavra brasileira e não se encontra em outro lugar, como discutido na reportagem da imprensa estadunidense Washington Post:
“Para quem fosse de fora, os dois eventos teriam parecido desconexos, mas entre os brasileiros uma certa palavra — uma palavra assustadora — começou a ser falada: chacina” (SIMS, 2016).
O contexto dessa chacina não foi algo pontual. Alguns meses anteriores, em uma região da divisa entre Osasco e São Paulo, houve um outro massacre, ocorrido na quadra da torcida organizada do “Pavilhão 9”, associada ao Sport Club Corinthians Paulista. Oito integrantes da torcida foram assassinados, com idades entre 19 e 38 anos. Os algozes, segundo as investigações policiais, foram dois policiais militares e um ex-policial militar.
O ex-policial militar, que também era um antigo integrante da Torcida Pavilhão 9, foi o único a ser julgado e sentenciado. Os outros policiais suspeitos foram retirados do processo por falta de provas. Inicialmente, o Secretário Estadual de Segurança de São Paulo, Alexandre de Moraes, negou indícios de participação de policiais militares. Contudo, um mês após a chacina, um policial e um ex-policial militar foram presos sob suspeita de envolvimento (Vedovello, 2024, 2019). A pesquisa de Vedovello (2024) debruça sobre esse episódio com maiores detalhes.
Esse episódio do Pavilhão 9 já estava enraizado no imaginário popular como uma tragédia que revelou as profundas injustiças sociais e a violência estrutural contra as populações periféricas. A chacina, ocorrida em 13 de agosto de 2015, em diversos bairros de Osasco e Barueri, resultou em cerca de 17 mortos e mais de 7 feridos, todos moradores dessas regiões periféricas. As vítimas estavam simplesmente nas ruas perto de suas casas, realizando atividades corriqueiras, que não configuravam nenhuma ilegalidade.
A revolta e a comoção causadas por esse evento marcaram profundamente as lutas contra a injustiça e a opressão, sensibilizando a população e intensificando a mobilização das comunidades para denunciar as arbitrariedades cometidas contra os moradores das periferias. Essa chacina expôs de forma brutal o apagamento e a vulnerabilidade que muitos enfrentam, e tornou-se um símbolo da resistência contra a violência institucional e o racismo estrutural presentes na sociedade brasileira.
Segundo as informações divulgadas pela polícia e pela Justiça, a motivação para esse massacre foi uma vingança pela morte de dois agentes de segurança pública: um policial militar de Osasco e um guarda civil municipal de Barueri. Esses dois agentes haviam sido assassinados poucos dias antes, um deles vítima de uma execução no dia 8 de agosto de 2015 e o outro em uma tentativa de assalto ocorrida no dia 12 de agosto (G1, 2015).
Esses episódios aumentaram ainda mais a tensão entre as instituições estatais e a criminalidade local naquela região. Nos dias que antecederam a quinta-feira, 13 de agosto, diversas pessoas foram baleadas e mortas em bairros da região oeste da Grande São Paulo. A situação atingiu o auge na própria quinta-feira, conforme destacou a matéria do jornal independente Ponte Jornalismo:
“Para o governo de São Paulo, 25 dessas 32 pessoas foram mortas em 14 atentados que foram retaliações pelos assassinatos do cabo da PM Ademilson Pereira de Oliveira, em 7 de agosto, e de Jefferson Luiz Rodrigues da Silva, GCM de Barueri, em 12 de agosto” (Caramante; Adorno, 2015, p.1).
Os ataques que caracterizaram a chacina ocorreram principalmente em bairros da zona norte de Osasco, em locais próximos uns dos outros. No total, foram contabilizados nove endereços onde ocorreram homicídios ou tentativas de homicídio. As vítimas não tinham vínculos diretos com facções criminais, embora algumas possuíam passagens anteriores pela polícia. O massacre foi perpetrado durante o período noturno, começando por volta das 19 horas e se estendendo até a meia-noite.
Os responsáveis pelos ataques foram policiais militares à paisana, cerca de dez indivíduos encapuzados que desembarcaram de veículos e começaram a disparar sem compromisso a vítimas específicas. Em entrevista, o então prefeito de Osasco relatou que os assassinos questionavam as pessoas sobre possíveis anotações criminais; mesmo quando as vítimas negavam, os policiais continuavam a atirar, demonstrando um desprezo absoluto pela vida e o devido processo legal.
Segundo o prefeito, vídeos feitos por câmeras de segurança e relatos de testemunhas apontam que os assassinos conversaram com as vítimas antes de atirar e perguntavam pelo histórico criminal. “Nós já vimos alguns vídeos de ontem *quinta), as pessoas que promoveram essas chacinas pergutaram quem tinha passagem pela polícia e isso definia o assassinato. Isso já é um indicativo para as investigações, disse Jorge Lapas. (Estadão, 2015, p.1)
Após a chacina, as notícias foram espalhadas rapidamente, levando a mídia e a polícia aos locais do crime. No dia seguinte, a justiça começou a se empenhar para tentar resolver o enigma desse caso. Setores organizados da sociedade civil que luta em prol dos direitos humanos, como a organização “Mães de Maio”, partidos políticos de esquerda, Organização Não Governamentais (ONG) e os próprios moradores, começaram a pressionar para tentar buscar justiça pelo caso e solidariedade com as famílias das vítimas.
As autoridades consideraram que entre 10 e 15 pessoas poderiam ter participado dos ataques, contudo, apenas quatro homens foram denunciados à Justiça (Kraselis, 2021). Os acusados foram descobertos pelas investigações policiais e julgados pelo júri popular, dentre eles: Fabrício Emannuel Eleutério3 (ex-policial militar) foi condenado a 261 anos de prisão e Thiago Barbosa Henklain (ex-policial militar) que foi condenado a 253 anos de reclusão. Ambos foram sentenciados por 17 homicídios consumados, 7 tentativas de homicídio e pelo crime de constituição de milícia privada (Batistella, 2025).
Já o suspeito Victor Cristilder Silva dos Santos (policial militar) foi inocentado após ter sua condenação inicial anulada, pois sua acusação o associava à condução de um dos veículos usados nos ataques e à organização de “bicos” ilegais. Após ser absolvido, Victor processou a Fazenda Pública para ser reintegrado à Polícia Militar e voltou ao trabalho em 2023 por determinação do atual governador de São Paulo. Além dele, Sérgio Manhanhã (guarda civil municipal de Barueri) foi inocentado após ter sua condenação inicial anulada, pois sua defesa conseguiu provas para não ser condenado, visto que ele foi associado à chacina por trocas de mensagens via WhatsApp com Victor, que o Ministério Público interpretou como sinais de apoio e acobertamento aos matadores (Batistella, 2025).
A violência extrema evidenciada no episódio da chacina de Osasco em 2015 é parte de um padrão mais amplo e persistente de violência no Brasil ao longo da última década. Nos anos seguintes a esse evento, ocorreram diversos massacres e ataques violentos que marcaram ainda mais o cenário de insegurança no país.
Entre esses episódios, destacam-se: Massacres prisionais-faccionais em janeiro de 2017 nos estados do Amazonas, Roraima e Rio Grande do Norte. A chacina de Pau de Marco no Pará, também em 2017. O ataque à escola em Suzano/SP, em 2019, que chocou o país pela violência contra adolescentes. A rebelião e massacre prisional em Altamira/PA, em 2019. A operação policial na favela do Jacarezinho, no Rio de Janeiro, em 2021, é uma das mais letais da história recente. Conflitos violentos associados ao chamado “novo cangaço” em Varginha/MG. A chacina da Vila Cruzeiro no Rio de Janeiro, em 2022. Operações policiais controversas em Guarujá/SP, em 2023. As operações “Verão” e “Escudo” começaram em 2024, ocorrendo em diversas cidades do litoral paulista.
Esses episódios demonstram um padrão recorrente de violência extrema, muitas vezes protagonizada por confrontos entre forças policiais e grupos nas periferias, resultando em mortes, medo e instabilidade social. Assim, o episódio de Osasco não foi um caso isolado, mas parte de um fenômeno mais amplo de violência de agentes estatais, do crime e de outros segmentos, que assolam o país nesses 10 anos, com causas complexas e efeitos devastadores para a sociedade brasileira, especialmente nas áreas mais vulneráveis.
Não devemos esquecer esse episódio!
Que o luto se transforme em luta!
Referências
BATISTELLA, Paulo. Ponte Jornalismo. O que foi a Chacina de Osasco e Barueri. 2025. Disponível em: https://ponte.org/o-que-foi-a-chacina-de-osasco-e-barueri/. Acesso em: 12 ago. 2025.
BOURDIEU, Pierre. Sobre o Estado. São Paulo: Companhia das Letras, 2014.
ESTADÃO. Por aplicativo, áudio impõe toque de recolher em Osasco nesta sexta. 2015. Disponível em: https://sao-paulo.estadao.com.br/noticias/geral,por-aplicativo–audio-impoe-toque-de-recolher-em-osasco-nesta-sexta,1744167. Acesso em: 29 nov. 2020.
CARAMANTE, André; ADORNO, Luís. Conheça detalhes da apuração sobre a matança feita por PMs e GCMs em Osasco, Carapicuíba, Itapevi e Barueri. Ponte Jornalismo. Brasil. out. 2015. Disponível em: https://ponte.org/conheca-detalhes-da-apuracao-sobre-a-matanca-feita-por-pms-e-gcms-em-osasco-carapicuiba-itapevi-e-barueri/?fbclid=IwAR2BI9iaG6KiI0_2uFxAu1XqCG0oJxYGt_2fnidaLLm2jlPvHCUA1DwYblU. Acesso em: 29 nov. 2020.
G1 (São Paulo). Chacina em Osasco e Barueri: veja o que se sabe e o que falta esclarecer. 2015. Disponível em: http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2015/08/chacina-em-osasco-e-barueri-veja-o-que-se-sabe-e-o-que-falta-esclarecer.html. Acesso em: 29 nov. 2020.
KRASELIS, Sérgio. Jornalistas Livres. Seis anos da Chacina de Osasco: o crime que ficou conhecido como chacina de osasco foi a maior chacina ocorrida em são paulo. a barbárie aconteceu no dia 13 de agosto, nas cidades de osasco e barueri, quando três pms e um guarda-civil encapuzados mataram 23 pessoas e deixaram 7 feridas.. O crime que ficou conhecido como Chacina de Osasco foi a maior chacina ocorrida em São Paulo. A barbárie aconteceu no dia 13 de agosto, nas cidades de Osasco e Barueri, quando três PMs e um guarda-civil encapuzados mataram 23 pessoas e deixaram 7 feridas.. 2021. Disponível em: https://jornalistaslivres.org/seis-anos-da-chacina-de-osasco/. Acesso em: 12 ago. 2025.
SILVA, Uvanderson Vitor da; SANTOS, Jaqueline Lima; RAMOS, Paulo César. Chacinas e a politização das mortes no Brasil. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2019.
SIMS, Shannon (Estados Unidos). The Washington Post. The most chilling word in Brazil. 2016. Disponível em: https://www.washingtonpost.com/news/worldviews/wp/2016/11/25/the-most-chilling-word-in-brazil/. Acesso em: 07 jun. 2023.
VEDOVELLO, Camila de Lima. Todos sangram na fantástica fábrica de cadáver: um estudo da Chacina do Pavilhão 9. Anais Encontro Nacional de Antropologia do Direito, 2017.
VEDOVELLO, Camila. Quem sangra na fábrica de cadáveres?: A chacina da Pavilhão Nove e as chacinas em São Paulo. Mórula Editorial, 2024.
- Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Sociologia na UFSCar. Mestre em Ciências Sociais na UNESP de Marília. Pós-Graduado em Políticas Públicas e Projetos Sociais no SENAC. Pesquisador do Observatório de Segurança Pública e Relações Comunitárias do Laboratório de Análise das Realidades Virtualizadas, ambos da UNESP e do Grupo de Estudos sobre Violência e Administração de Conflitos da UFSCar. E-mail para contato: eduardo.dyna@estudante.ufscar.br ↩︎
- Em agosto de 2015, já estavam marcadas grandes manifestações na capital paulista por parte de opositores e apoiadores do governo. ↩︎
- Eleutério já estava sendo investigado por ataques similares desde 2012, em conflitos que resultaram em mortes na zona sul de Osasco (Batistella, 2025). ↩︎
Mestrando do Programa de pós graduação em ciências sociais (stricto sensu) na Universidade Estadual Paulista (UNESP) - campus de Marília, na linha 1: Pensamento Social, Educação e Políticas Públicas (2021-2023). Foi bolsista FAPESP, produzido uma pesquisa sobre as disputas de poder entre o PCC e a PM na chacina de 2015 em Osasco (2020).








