O fim da operação Verão/Escudo na baixada santista: problemáticas, impactos e o porvir

Eduardo Armando Medina Dyna1

O primeiro quadrimestre de 2024 em São Paulo, foi marcado por uma intensa violência,  letalidade policial e massacres, protagonizados através de operações policiais na baixada santista, denominada como “Operação Escudo” e “Operação Verão”. Esse tipo de operação foi singular, que será identificada como uma “ruptura conservadora”, comparada a outros governos paulistas e que trouxe na figura do governo estadual de Tarcísio de Freitas e de seu secretário de segurança pública, Guilherme Derrite, os responsáveis de forma institucional, da nova reconfiguração policial e deste modus operandi que as forças policiais e a pasta de segurança pública agem na realidade paulista.

O Observatório de Segurança Pública e Relações Comunitárias (OSP), prossegue nas análises e pesquisas sobre fenômenos de violência, segurança pública e criminalidade, agora encerrando a trilogia de textos sobre a operação Verão/Escudo em 2024. Assim, o OSP produziu a reflexão no começo, meio e agora no fim desse tipo de operação policial, sendo o primeiro no dia 09 de fevereiro, o segundo no dia 15 de março, além da reflexão sobre a primeira operação Escudo e a chacina no Guarujá no dia 02 de agosto de 2023.

Diante dessa exposição, os objetivos desse texto são: a) investigar os acontecimentos da Operação Verão2 a partir do dia 16 de março até a anunciação oficial de seu fim, no dia 01 de abril; b) analisar os impactos, discursos e as consequências da operação Verão na segurança pública, sintetizando com os outros textos produzidos e trazendo reflexões e hipóteses sobre o futuro da segurança pública em São Paulo.

A metodologia empregada foi de cunho qualitativo, trabalhando com uma revisão bibliográfica com a literatura especializada sobre esse tema, além de utilizar uma revisão midiática com notícias e informações disponibilizadas pelos profissionais de imprensa e órgãos do governo. Relembrando os cuidados sobre o cunho da pesquisa, citados nos textos anteriores do OSP sobre as operações Escudo e Verão, as notícias relatam informações com uma visão do Estado, forças policiais e da mídia hegemônica, não havendo uma visão crítica de todo componente dos casos.

Além disso, é importante frisar a temporalidade em que o texto foi escrito e das informações disponibilizadas nesse período. Por meio disso, este artigo, como os outros, tem o foco de construir uma análise crítica a partir dos saberes das ciências sociais, sem cair na dicotomia moral, “endeusando” ou “demonizando” assuntos, sujeitos e fenômenos sociais e contando com a compreensão do leitor em não ser anacrônico e/ou com críticas irreais e desonestas, visto a dificuldade e [ousadia] de escrever e produzir conhecimento no período atual desses acontecimentos e fenômenos diretos.

Os últimos acontecimentos da operação Verão

A operação Verão, a partir da segunda quinzena de março, manteve o mesmo modus operandi que caracterizou esse mecanismo policial: militarização da segurança pública, fortalecimento do contingente policial, em especial, a Polícia Militar do Estado de São Paulo (PMESP), forte controle e ordem polícial, alta letalidade da PMESP, repressão, humilhação e controle nos territórios periféricos da baixada santista e disciplinamento das pessoas nessa região.

Esses tipos de ações podem ser classificadas como uma ruptura conservadora na forma da polícia de atuar, em razão do maior poder sem controle social em relação a PMESP, transformando essa instituição estatal com poder acima das regulações de outros órgãos do Estado (como o ministério público e a ouvidoria da polícia militar), como também de outras organizações da sociedade civil, como grupos de direitos humanos, jornalistas, grupos de trabalhos e organizações não governamentais especializada nesse tema. 

O que torna essa “ruptura conservadora” mais latente é ação e omissão por parte do governo estadual de Tarcísio de Freitas e do secretário de segurança Pública, Guilherme Derrite, elogiando e respaldando esse tipo de operação como instrumento político, econômico e eleitoral para angariar sua base de apoio, na medida que defende valores e projetos políticos [extrema direita] na repressão, violência e morte de sujeitos que se enquadra como “bandidos” e da “criminalidade”, portanto, como expoente para o descarte, ou em outras palavras, podendo ser executados sem nenhuma consequência legal para os algozes policiais. 

Além disso, essa “ruptura conservadora” se promoveu sem uma crítica feroz do governo federal, que fez críticas pontuais, principalmente do ministro de direitos humanos e outros órgãos e/ou comissões, deixando o governo estadual e os responsáveis com mais liberdade para aprofundar esse tipo de operação. Os parlamentares também prestaram pouco serviço em críticas e controle sobre as ações na baixada santista, restando apenas poucos parlamentares (de partidos à esquerda no espectro político) com uma visão preocupada com toda situação, sem induzir o discurso demagógico da violência e medo igualmente parlamentares de extrema direita e direita. 

A grande mídia e outros órgãos de imprensa tradicionais também não se opuseram com precisão ao massacre na baixada santista, mesmo que noticiaram as mortes diariamente, mas apenas citando nos sites de notícias e não aparecendo de maneira crítica nos principais jornais e horários nobres. Toda essa exposição trouxe um esvaziamento da problemática da operação Verão, principalmente no imaginário da sociedade que relaciona os suspeitos mortos com a criminalidade, mesmo que, na prática, não se sabe de fato se as pessoas mortas estavam ou não ligados ao mundo do crime, deixando apenas a voz do policial e a repercussão midiática, como o principal instrumento de julgamento e punição através dessas operações.

Diante disso, no dia 01 de abril, o governo Estadual anunciou o fim da operação Verão, baseado num discurso de vitória e de objetivos solucionados. Assim, durante todo período da operação policial (aproximadamente 2 meses), houve 56 pessoas mortas, tornando-se a segunda operação policial mais letal da história de São Paulo, perdendo apenas para o massacre do Carandiru em 1992, com 111 mortes oficiais3. Ademais, a operação Verão apreendeu mais de 2,6 toneladas de diversas drogas e prendeu mais de 1000 pessoas, sendo 47 pessoas menores de 18 anos e 438 pessoas foragidas da justiça (São Paulo, 2024). 

O anúncio do governo foi acompanhado de um discurso sobre o combate ao crime organizado, relatando uma redução no primeiro bimestre de 2024 de 25,8% em roubos nas cidades de Santos, São Vicente e Guarujá, comparado com 2023, além do mês de fevereiro ser o mês com menor taxa de roubos em toda baixada santista desde 2001 (São Paulo, 2024). Somados a esses dados, a secretaria de segurança pública anunciou um investimento de 70 milhões de reais para reforma de unidades policiais e a compra de armamentos, viaturas e barcos blindados, reafirmando o compromisso para o modelo de enfrentamento na política de segurança pública  (São Paulo, 2024).

Contudo, os problemas de transparência, gestão e eficácia do governo estadual são questões que interferem diretamente na segurança pública e impactou as operações Verão e Escudo. Segundo reportagem de Mendonça (2024), a PMESP capturou mais drogas em outros anos de operação Verão, principalmente na pandemia, comparado com os eventos em 2024. A reportagem crítica trouxe um levantamento, através da Lei de Acesso à Informação (LAI), sobre os dados do volume de drogas apreendidas pela PMESP e polícia civil. 

Os dados recolhidos contrariam a própria versão do governo estadual (São Paulo, 2024), alegando que a operação Verão recolheu menos drogas do que o anunciado, além de apreender menos droga do que a operação em 2020/2021 (Mendonça, 2024). Por meio disso, é nítido as divergências de informações entre os dados e a nota, e contradiz o discurso da secretária de segurança pública que afirmou que a operação e suas consequências (ordem e letalidade policial, violência, ameaças e massacres) trouxeram um controle ao crime organizado e a redução do tráfico de drogas, sendo que em outros anos, a apreensão foi maior e com menor letalidade e uso da violência desproporcional. 

O grande problema é a desinformação entre os próprios setores do Estado e o discurso que instrumentaliza uma falsa premissa para legitimar a operação policial, prejudicando a lisura do debate público sobre essas temáticas e repassa um discurso com base de “falsas-verdades” num contexto de desinformação em massa para beneficiar um evidente projeto político e seus interesses.

Houve ainda a prisão de integrantes de facções criminosas, que no caso são membros do Primeiro Comando da Capital (PCC) que atuam na baixada santista, uma das regiões mais importantes para a dimensão econômica da organização criminal. Na nota do governo paulista em São Paulo (2024), 3 pessoas foram presas, sendo elas importantes em diversos nichos da criminalidade do PCC, como na lavagem de dinheiro, no tráfico de drogas em pontos de drogas locais (denominada de biqueiras) e na exportação de substâncias psicoativas para fora do Brasil. 

Este último, denominado pela literatura e pela nomenclatura “nativa” como sintonia do tomate4, é um dos principais negócios do PCC, visto que a exportação de cocaína através do porto de Santos rende cifras bilionárias, vendendo toneladas de pasta base de coca e cocaína para diversos continentes do planeta, em especial na África, Europa e Ásia. Dessa maneira, o governo paulista anunciou uma grande apreensão de mais de 1 tonelada de cocaína que ia para o porto de Santos rumo a Europa (São Paulo, 2024), causando prejuízo para os integrantes que negociam esse nicho econômico ilegal e reconfigurando a dimensão econômica do PCC. 

Esse saldo de 56 pessoas mortas na operação Verão em 2024 foi contestado pelo Ministério Público (MP) de São Paulo. Segundo a reportagem de Ribeiro (2024), o MP aponta que 21 pessoas não foram contabilizadas na contagem de óbitos por parte do governo estadual durante a operação Verão5, podendo ser um número muito maior do que o anunciado, sendo que no mês de janeiro (antes da oficialização da operação Verão/Escudo) foram 16 óbitos, no mês de fevereiro foram 41 e março foram 19 pessoas mortas. 

Inclusive, mortes de pessoas vitimadas que ganharam repercussão não foram contados pela pasta de segurança pública e inseridos nessa listagem do MP, como por exemplo, no óbito de uma mulher, mãe de 6 filhos, que foi assassinada pelas forças da PMESP, gerando um dos casos mais alarmantes e revoltantes da operação Verão, pela brutalidade e violência por parte do despreparo dos profissionais da PMESP (Ribeiro, 2024).

O secretário Derrite, em um evento político com outros quadros de São Paulo, alegou que não sabia a quantidade de óbitos pela letalidade policial, lamentando esse número e reiterando o número de policiais mortos que iniciou essa nova fase da operação. O discurso do secretário de segurança pública reforça [e legitima] esse tipo de mecanismo repressivo da instituição policial, relacionando que a negligência ao combate repressivo contra o “crime organizado” produziu um temor contra a vida dos policiais atuantes no patrulhamento em São Paulo. 

Assim sendo, o discurso é interessante, visto que utiliza de elementos reais, mas configura uma inversão das causas e consequências, colocando o problema em si no termo “guarda chuva” de crime organizado, e não nas políticas de segurança pública e outras políticas macros que influenciam diretamente nos problemas complexos sobre violência, crime e letalidade policial.

Utilizando da premissa foucaultiana que ‘todo poder gera resistência’, a operação Verão trouxe algumas resistências, a partir de cada realidade e necessidade, havendo em alguns segmentos da sociedade, principalmente movimentos sociais, organizações políticas e críticos da violência e letalidade policial, a manifestação contra toda situação. Para exemplificar, houve um ato político de resistência e contrapontos contra o projeto político de Tarcísio e Derrite, pedindo o fim da operação Verão e mudanças na segurança pública e instituições policiais, no dia 18 de março em São Paulo (Moncau, 2024).

Nesta ocasião, os manifestantes se concentraram na frente do largo São Francisco (centro da capital paulista), local da faculdade de direito da Universidade de São Paulo e fizeram um ato público, direcionado contra o racismo policial, o fim das operações repressivas e outras pautas progressistas relacionada contra a opressão, violência e massacre, seja no Brasil ou em outros contextos, como o massacre e genocidio 6do Estado Israelense contra o povo palestino (Moncau, 2024). 

Dessa maneira, esse ato mobilizando alguns segmentos críticos da sociedade paulista, foi uma das poucas formas de resistência e manifestação pública, colocando a posição política dos manifestantes contra o governo estadual e o projeto atuante da segurança pública, projeto que explora o medo e mata as pessoas das classes pobres, das regiões periféricas e do povo negro brasileiro.

A tensão de outra possível operação Escudo

Após alguns dias do fim da operação Verão, outro triste fato marcou a repercussão de uma possível retomada desse tipo de operação na baixada santista. No dia 14 de março em um bairro periférico no Guarujá, foi notificado o desaparecimento de um profissional da PMESP. O carro desse policial foi encontrado nas proximidades7, com a chave dentro do veículo e alguns pertences pessoais, mas sem vestígios do rapaz desaparecido (G1, 2024b). 

As instituições policiais, conjuntamente a pasta de segurança pública, fizeram esforços para encontrar o rapaz e solucionar um possível homicídio. No dia 16 de março, o porta-voz da PMESP, em entrevista a um canal de televisão, relatou a volta da operação Escudo, após 15 dias do fim da operação pelo governo estadual: “A Operação Escudo já foi retomada com todo rigor. A tendência é que ela seja ainda mais reforçada. Nós não descansaremos enquanto os responsáveis por esse crime sejam identificados e respondam efetivamente por ele” (Folha de São Paulo, 2024, p. 1).

Mas no dia seguinte após essa entrevista, o próprio governador Tarcísio falou publicamente que não haveria uma nova operação escudo para este caso. A fala do porta-voz da PMESP, causou tensões e pressão para uma possível onda de violência e reprodução dos problemas causados pela fragilidade do pensamento de vingança na segurança pública, fazendo o governador anunciar que: “Não tem Operação Escudo. Não tem. Eu falei com o secretário da Segurança Pública ontem, não faz sentido. A situação que envolve o sumiço desse policial é uma outra situação, absolutamente diversa” (G1, 2024b, p. 1). Além dessa fala, a secretária de segurança pública soltou uma nota sobre a lamentável morte do profissional da PMESP e das ações para contornar esse episódio:

Após o desaparecimento do PM Luca Romano, no domingo (14), a PM deflagrou operação na região com o objetivo de identificar e prender os envolvidos. Cerca de 250 policiais foram deslocados para reforçar o policiamento, restabelecer a segurança e auxiliar nas buscas pelo soldado. Um homem de 36 anos foi preso, suspeito de participação no desaparecimento. Nesta terça-feira (16) a PM localizou o corpo de um homem, ainda não identificado, na região do Guarujá. O Corpo de Bombeiros foi acionado e retirou o corpo do local. A perícia foi acionada e as investigações seguem. Não há, no entanto, indícios de que se trate do policial desaparecido (G1, 2024b, p. 1).

Após um mês do óbito desse policial (baseado na publicação deste artigo), a polícia civil já aponta o desaparecimento como um possível homicídio. Na busca pelo algoz do policial, 9 pessoas foram presas, suspeitas de participarem e/ou saberem da ação para matar o profissional da segurança pública, além de acharem 8 corpos e outros vestígios corporais na região próxima que o policial estava desaparecido, contudo, nenhum corpo encontrado tinha identificação com o policial e eram de outras pessoas, não sendo explicada, até então, pela inteligência da polícia (G1, 2024a). 

No dia 20 de maio, a investigação da polícia civil encontrou o corpo do profissional da PMESP, em uma cova rasa, na periferia de Guarujá. A hipótese dos investigadores é que o policial foi abordado por setores do crime naquela territorialidade, passando por um processo de debate (popularmente conhecido como ‘tribunal do crime’), e com a descoberta que a vítima era policial, foi sentenciado à morte pelos algozes (Rocha, 2024). A polícia civil ainda não concluiu a investigação desse óbito e a perda do policial foi mais um sintoma dos graves problemas de segurança e atuação profissional desses segmentos, além do porvir de novas ondas de violência e vingança do Estado através das forças da ordem e a pasta de segurança pública diante as periferias urbanas. 

O porvir da segurança pública de São Paulo

As operações Escudo e Verão marcaram e impactaram o primeiro biênio da gestão Tarcísio. A forte repressão e letalidade policial foi a “ruptura conservadora” que trouxe inúmeras notícias cotidianas sobre essa problemática, normalizando esse tipo de policiamento perante a sociedade paulista. A figura de Derrite, que foi representada nessa trajetória da segurança pública, foi a que mais ganhou destaque, sendo apoiada pela burocracia do governo estadual, dos componentes das forças policiais (na qual ele mesmo é policial da PMESP), além da base política de extrema direita denominada como ‘bolsonarismo’. 

O problema desses episódios são as consequências imediatas e a médio a longo prazo que esses mecanismos produzem [e podem produzir] na realidade. Não é saudável, justo, democrático e digno de uma sociedade, a morte de mais de 80 pessoas num contexto de operação policial, sendo que muitas não tinham problemas com a justiça e muito menos, atuavam na criminalidade, em resposta à morte de policiais. Ambos os casos só reproduzem a onda de violência de segmentos do mundo do crime contra as forças policiais e de policiais contra segmentos associados à criminalidade, que por sua vez, atacam pessoas pretas, pobres, periféricas e com características de sujeito bandido (Misse 2010).

A reflexão importante nesse conjunto de textos que o OSP está produzindo, é a atenção e conscientização da onda de violência, medo e massacres das operações policiais, sendo cada vez mais naturalizados e internalizados por nós, além do projeto político ou necropolítico (Mbembe, 2020) que a gestão de Tarcisio e Derrite estão promovendo para o povo paulista. Essa razão instrumental, no sentido frankfurtiano, que constroi uma racionalidade para punir e matar qualquer “suspeito”, constroi uma visão de mundo de extermínio e ressentimento, não conseguindo acabar com problemas da segurança pública, apenas aumentando a distância de possíveis soluções e corroborando para interesses políticos, econômicos e eleitorais das pessoas e grupos responsáveis pela exploração da dor e sofrimento do povo paulista.

Portanto, a operação Verão/Escudo já está internalizada e consolidada no imaginário momentâneo de São Paulo.  O melhor exemplo para evidenciar isso, foi a possível adesão de uma nova operação Escudo após o desaparecimento do profissional da PMESP, deixando essa operação como alternativa para qualquer problema e/ou vingança policial. O porvir desse mecanismo só reforça a violência do Estado e a manutenção de um policiamento que ameaça a existência dos próprios policiais, adoecendo-os e se tornando alvos constantes, fortalecendo esse ciclo de violência que só beneficia os interesses políticos, econômicos e eleitorais que a gestão de Tarcísio e Derrite constituíram nesse período. 

Referências

FOLHA DE SÃO PAULO. Gestão Tarcísio retoma Operação Escudo após sumiço de soldado, diz porta-voz da PM. 2024. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2024/04/gestao-tarcisio-retoma-operacao-escudo-apos-sumico-de-soldado-diz-porta-voz-da-pm.shtml. Acesso em: 16 maio 2024.

G1 SP. ‘Eu nem sabia que eram 56, eu não faço essa conta’, diz Secretário da Segurança Pública sobre mortes durante a Operação Verão. 2024. Disponível em: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2024/04/02/eu-nem-sabia-que-eram-56-eu-nao-faco-essa-conta-diz-secretario-da-seguranca-publica-sobre-mortes-durante-operacao-verao.ghtml. Acesso em: 13 maio 2024.

G1 (Santos). Desaparecimento de PM no litoral de SP completa um mês; veja o que se sabe. 2024a. Disponível em: https://g1.globo.com/sp/santos-regiao/noticia/2024/05/14/desaparecimento-de-pm-no-litoral-de-sp-completa-um-mes-veja-o-que-se-sabe.ghtml. Acesso em: 16 maio 2024.

G1 (Santos). Governador de SP nega retomada da Operação Escudo após soldado desaparecer: ‘não faz sentido’, diz. 2024b. Disponível em: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2024/04/17/governador-de-sp-nega-retomada-de-operacao-escudo-apos-soldado-desaparecer-nao-faz-sentido-diz.ghtml. Acesso em: 16 maio 2024.

MENDONÇA, Jeniffer. Ponte Jornalismo. PM de SP apreendeu 3 vezes mais drogas na Operação Verão na pandemia do que em 2024. 2024. Disponível em: https://ponte.org/pm-de-sp-apreendeu-3-vezes-mais-drogas-na-operacao-verao-na-pandemia-do-que-em-2024/. Acesso em: 28 maio 2024.

MONCAU (São Paulo). Brasil de Fato. ‘A sociedade está aceitando a pena de morte’: ato em SP pede fim de operação policial na Baixada Santista. 2024. Disponível em: https://www.brasildefato.com.br/2024/03/18/a-sociedade-esta-aceitando-a-pena-de-morte-ato-em-sp-pede-fim-de-operacao-policial-na-baixada-santista. Acesso em: 16 maio 2024.

RIBEIRO, Aline. (São Paulo). O Globo. Operação Verão: governo de São Paulo não inclui nas estatísticas 21 mortes pela PM na Baixada Santista. 2024. Disponível em: https://oglobo.globo.com/brasil/sao-paulo/noticia/2024/04/19/operacao-verao-governo-de-sao-paulo-nao-inclui-nas-estatisticas-21-mortes-pela-pm-na-baixada-santista.ghtml. Acesso em: 13 maio 2024.

ROCHA, Gessyca. G1. PM encontrado morto no litoral é velado na Zona Norte de São Paulo. 2024. Disponível em: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2024/05/21/pm-encontrado-morto-no-litoral-e-velado-na-zona-norte-de-sao-paulo.ghtml. Acesso em: 28 maio 2024.

SÃO PAULO. Em 40 dias, Operação Escudo prende 900 criminosos e apreende quase 1 tonelada de drogas: entre os presos estão criminosos com várias passagens policiais, líderes de facção e traficantes. Entre os presos estão criminosos com várias passagens policiais, líderes de facção e traficantes. 2023. Disponível em: https://www.saopaulo.sp.gov.br/sala-de-imprensa/release/em-40-dias-operacao-escudo-prende-900-criminosos-e-apreende-quase-1-tonelada-de-drogas/. Acesso em: 13 mai. 2024.SÃO PAULO. Operação Verão é finalizada, com mais de mil presos e apreensão de 2,6 t de drogas: ação contou com reforço de policiais para combater a criminalidade e reduziu em 25% os roubos na baixada santista. Ação contou com reforço de policiais para combater a criminalidade e reduziu em 25% os roubos na Baixada Santista. 2024. Disponível em: https://www.saopaulo.sp.gov.br/spnoticias/ultimas-noticias/operacao-verao-e-finalizada-com-mais-de-mil-presos-e-apreensao-de-26-t-de-drogas/. Acesso em: 13 mai. 2024.

  1.  Doutorando do Programa de Pós Graduação em Sociologia na UFSCar. Mestre em Ciências Sociais na UNESP. Pós graduado em Políticas Públicas e Projetos Sociais no SENAC/SP. Membro dos grupos de estudos GESP/UNESP e GEVAC/UFSCar. Pesquisador do Observatório de Segurança Pública e Relações Comunitárias. E-mail para contato: eduardo.dyna@estudante.ufscar.br↩︎
  2.  É importante salientar que, inicialmente, esse tipo de mecanismo policial foi nomeada como operação Escudo, porém, a partir do dia 15 de fevereiro de 2024, ela foi integrada com outra operação, chamada de operação Verão, sendo que a partir dessa data, ambas se tornaram operação Verão, como exposto no texto anterior do OSP. Portanto, por uma questão didática, será denominado esse mecanismo como operação Verão no próximo subcapítulo. ↩︎
  3.  O massacre ocorreu no dia 02 de outubro de 1992, contando com 111 mortos em apenas um dia de operação na casa de detenção do Carandiru. Porém, os números são fortemente contestados pelos presos, pesquisadores e organizações de direitos humanos, podendo ser muito maior. Após 3 décadas desse episódio, ainda há muitas questões não respondidas. ↩︎
  4.  Sintonia do tomate é um codinome de uma parte econômica da estrutura política do PCC em que se trabalha a exportação de drogas para outros continentes, organizado por membros importantes do PCC dentro e fora do Brasil, além do auxílio de outros agentes e organizações criminais, como máfias italianas e facções em outros continentes. ↩︎
  5.  É importante frisar que o levantamento foi feito durante a operação Verão, iniciada em dezembro de 2023 e acoplada a partir da segunda quinzena de fevereiro com a operação Escudo, mesmo que em sua grande maioria foram durante o massacre conjunto da operação Escudo. ↩︎
  6.  Não é o foco deste artigo conceituar o tipo do massacre e violência que o Estado de Israel e suas forças armadas estão fazendo contra os povos palestinos em Gaza e Cisjordânia. Porém, é importante ressaltar a relação na luta contra opressão estatal e arbitrariedade nas particularidades (e respeitando todas as circunstancias) do caso palestino e nas periferias de São Paulo. ↩︎
  7.  Segundo informações em G1 (2024a, 2024b), o policial estava fora do serviço e saiu com outras pessoas em uma adega próxima de uma biqueira em um bairro periférico do Guarujá.  ↩︎

Mestrando do Programa de pós graduação em ciências sociais (stricto sensu) na Universidade Estadual Paulista (UNESP) - campus de Marília, na linha 1: Pensamento Social, Educação e Políticas Públicas (2021-2023). Foi bolsista FAPESP, produzido uma pesquisa sobre as disputas de poder entre o PCC e a PM na chacina de 2015 em Osasco (2020).