Este texto apresenta uma análise foucaultiana sobre o funcionamento de plataformas digitais de conteúdo sexual, como OnlyFans e Privacy, compreendendo-as como dispositivos contemporâneos de produção de subjetividades, governo dos corpos e gestão da sexualidade. A partir das contribuições de Michel Foucault e de estudos recentes sobre sociabilidade digital, midiatização e trabalho sexual, discute-se como essas plataformas articulam relações de poder, saber e economia, ao mesmo tempo que moldam novas formas de erotismo, identidade e autonomia. O trabalho destaca as experiências, motivações e desafios enfrentados por criadoras de conteúdo adulto, evidenciando tensões entre agência, precarização, estigma social e governamentalidade algorítmica. Por fim, apresenta uma proposta de pesquisa que combina etnografia digital e análise de discurso para investigar as dinâmicas sociotécnicas e políticas que estruturam o trabalho sexual plataformizado nas sociedades conectadas.