Artigo: O estado de exceção militarizado no Brasil. Zonas ambíguas entre forças armadas, polícias e milícias no contexto contemporâneo

Por Luís Antônio Francisco de Souza e Carlos Henrique Aguiar Serra: O presente artigo pretende refletir sobre as mudanças recentes no cenário político e institucional do Brasil. Uma das características predominantes do estado brasileiro é a tendência de tutela militar da segurança pública. Esta tutela vem se expressando, desde a ditadura de 1964-1985, de forma dupla: militarização das forças policiais e policialização das forças armadas. Ou seja, as forças armadas se colocaram como um elemento constitutivo da noção de ordem social e segurança do estado brasileiro. A tutela militar vem penetrando nas forças policiais, na segurança pública e em vários aspectos da vida institucional e política do país. Ou seja, além da já bem documentada politização dos militares durante toda a história da república, com o seu corolário intervencionista, estamos diante de uma militarização da política, processo inaudito na história do país. A partir de uma revisão bibliográfica e do debate público em torno do tema da segurança pública, discutem-se estas questões a partir da confluência da presença de militares na política e de grupos paramilitares organizados nas periferias urbanas. O artigo propõe que é possível compreender o momento presente a partir de um debate genealógico sobre estado de exceção como uma forma de governo de populações.

A milicianização no Rio de Janeiro: a segurança pública em foco

Em artigos recentes, refletimos a respeito da militarização da Segurança Pública no Brasil, em geral, e, mais especificamente, no Rio de Janeiro, quando, na verdade, observa-se que este aspecto da militarização se potencializa a partir da última década, ou seja, desde os anos de 2010 até o presente momento.

Há dez anos, Dilma criava a Comissão da Verdade

Por Brasil 247: Jornalista Camilo Vannuchi destaca que a Comissão Nacional da Verdade, criada no governo Dilma Rousseff e que completa dez anos nesta quinta-feira (18), "continua tão necessária em 2021 quanto era em 2011” em função "do genocídio, das milícias, do terrorismo de Estado, da ode à burrice e à desinformação".

Racionalidade neoliberal e medicalização da vida: uma releitura do documentário “Pro dia nascer feliz”

O documentário “Pro dia nascer feliz (2007) foi produzido pelo diretor e cineasta brasileiro João Jardim com a produção de Flávio R. Tambellini, música de Dado Villa-Lobos e Fotografia de Gustavo Hadba. Tal produção apresenta diferentes realidades escolares, contextos sociais, econômicos e culturais em três estados brasileiros – Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo. São filmadas três escolas públicas e uma de ensino privado. Em Manari – PE, chama-se a atenção para extrema pobreza e precariedade da escola, somado a grande evasão e a falta de professores. Enquanto em Duque de Caixias - RJ, além dos problemas estruturais e pedagógicos da escola, a violência ganha protagonismo. Já no estado de São Paulo, em Itaquaquecetuba as dificuldades convergem com as outras escolas estaduais, e o contraste é visto no colégio de elite no Alto Pinheiro cuja disparidades apontam para outras necessidades dos alunos da classe alta brasileira - um outro “mundo” dentro de um mesmo Brasil.