Categoria [Pesquisas]

Da violência aos massacres: reflexões sobre o fenômeno das chacinas no Brasil

Por Eduardo Dyna: No dia 06 de Maio de 2021 repetiu-se mais um fato de extrema violência na história brasileira. Na comunidade do Jacarezinho, localizada na zona norte da cidade do Rio de Janeiro, uma operação policial resultou na maior chacina da história fluminense, com mais de 28 mortos e pessoas feridas. Essa ação policial foi repercutida nacionalmente e teve impacto internacional, visto o histórico da violência nas favelas cariocas e o momento atípico causado pela pandemia do Coronavírus.

O devir-Nóia das mulheres da Cracolândia: a vida no limiar entre dependência, confinamento e resistência

Por Eduardo Dyna e Thaina Sales: Os usuários de crack, comumente conhecido por “Nóias”, circulam em um local itinerante no centro de São Paulo/Brasil, chamado de “Cracolândia”. Rejeitados pelos seus familiares, e incompreendidos pelo Estado e assistentes sociais, os Nóias são excluídos da sociedade não-drogada, que os considera sujos e anormais. Contraposto a esse ideal que é definido como “padrão molar” por Deleuze e Guattari, propomos que o Nóia constitui-se como um devir resistente, e, mais precisamente, a mulher usuária de crack é ainda mais potente em sua resistência. Assim, elas viveriam no limiar entre dependência (sendo quimicamente dependentes da droga), confinamento (em relação aos seus próprios corpos e sociedade), e resistência (formando uma contra conduta ao padrão molar). A partir de uma análise do discurso com revisão documental e bibliográfica, analisamos essas existências, em busca do devir-nóia que emerge das usuárias.

Para compreender os atentados na França: o terrorismo como alerta para a securitização da identidade muçulmana.

Após um período de relativa baixa que separa os atentados ocorridos na França em meados de 2015, - conforme relatórios analisados da Polícia da União Europeia – e os de outubro de 2020, o professor de história Samuel Paty foi decapitado por exibir charges do profeta do islã em uma sala onde havia uma aluna muçulmana.

Revista Tempo Social: Dossiê – Sociologia e Criminologia: Sobreposições, tensões e conflitos.

As fronteiras disciplinares entre a Sociologia e a Criminologia não são evidentes e definitivamente estabelecidas, nem em termos abstratos, nem em termos das trajetó-rias históricas de emergência dessas respectivas áreas de conhecimento. Do ponto de vista da Sociologia, para alguns não haveria sequer sentido em falar em Criminologia como um campo autônomo de conhecimento, uma vez que os comportamentos referidos ao mundo do crime seriam parte do mundo social e análogos a outros comportamentos, não justificando assim a existência de uma disciplina própria, com supostas especificidades teóricas e metodológicas .

The violence dynamics in public security: military interventions and police-related deaths in Brazil

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Este artigo discute o uso mortal da violência como uma agenda de segurança pública, com foco na letalidade policial e nas intervenções militares. Por meio de uma revisão da literatura para a compreensão de conceitos - como “guerra”, por exemplo - utilizados nas agendas das políticas de segurança pública, o estudo busca enquadrar a noção de violência política, principalmente no que se refere às políticas de combate à violência no Brasil.

Políticas anti-trans no Brasil: analisando violências contra pessoas trans

Não é raro notar que corpos dissidentes que fogem à normalidade estabelecida pela sociedade cis-hétero-branca são alvos fáceis de serem atingidos pelas suas políticas- econômicas de extermínios, pelo menos é isso que sugere uma análise crítica dos dados mais recentes (2020) que foram laçados pela Associação Nacional de Travestis e Transexuis (ANTRA), isto é, houve um aumento de 90% nos primeiros meses do ano de casos de assassinatos de corpos trans e um aumento de 13% no número de casos no 2º/2020 quando comparado ao mesmo período do ano interior (2019). Mas o que isso significa?